Pesquisa de campo em escolas + atualização do blog com o registro escrito da pesquisa + apresentação de seminários nos pólos.
- Visite escolas na sua cidade, observe o cotidiano, converse com os sujeitos e faça um diário de campo sobre as formas de participação contempladas na gestão, dos diferentes segmentos da comunidade.
· Pesquise as modalidades de exclusão e de inclusão social de estudantes da Educação Básica (Ensino Fundamental e Médio, principalmente).
Durante essa semana visitamos escolas da rede pública municipal na cidade de Morro da Fumaça. Conversando com professores, diretores e, funcionários. Percebemos que não existi exclusão social na aceitação dos alunos portadores de necessidades especiais, que não há diferenciação entre brancos, negros, classes sociais e portadores de necessidades especiais, ou seja, todos recebem o mesmo tratamento.
Em uma das escolas encontramos dois alunos portadores de necessidades especiais, um cadeirante cuja definição da deficiência é física. Segundo decreto 3.298/199, MEC2002
[...]deficiência física é uma alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzem dificuldade para o desempenho de funções [...]
e o outro aluno apresenta uma deficiência mental leve. Segundo a Americam Association of Mental Retardation, 1992
[...] deficiência mental é um funcionamento intelectual significativamente baixo da média, coexistindo com limitações relativas a duas ou mais das seguintes áreas de habilidades adaptativas: comunicação, autocuidado, habilidades sociais, participação familiar comunitária, autonomia, saúde e segurança, funcionalidade acadêmica, de lazer e de trabalho. Manifesta-se antes dos dezoito anos de idade[...]
Ambos os portadores de necessidades especiais compartilham das mesmas oportunidades que os demais alunos, a professora relatou a necessidade do segundo professor de sala para acompanhamento da aluna que apresenta deficiência mental leve, pois as atividades precisam ser adaptadas de acordo com as necessidades da aluna, esta necessita também de atendimento individual freqüente na sala de recurso. Relata ainda que para ela trabalhar com essa aluna, absorve-se de mais tempo, do que ela poderia dispor. Aqui encontramos uma dificuldade real que os(as) professores(as) encontram no programa de inclusão de pessoas portadoras de necessidades especiais exigido pelas leis federais. O governo não prepara o corpo docente, a escola, e os conteúdos para tal inclusão, ocasionando que a presença desse aluno acaba se tornando mais figurativa que enriquecedora.
No nosso ponto de vista sabemos que é difícil satisfazer como um todo este programa de inclusão, pois, de um lado as leis amparam os portadores de necessidades especiais em estar incluindo-os no ensino regular do outro não oferece suporte para o professor especializar-se para adequar-se a tal programa em contrapartida impõe ainda a provinha Brasil que cujo objetivo é verificar como está o trabalho docente através de exames prestados aos alunos. O que nos questionamos é que com este método de avaliação, como os alunos portadores de necessidades especiais estarão inclusos ou irão prestar exames para a provinha Brasil. Segundo a nova Política de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, publicada em janeiro de 2008 disponível em http://portal.mec.gov.br/ acessado em 08 de junho de 2008,
[..]orienta os sistemas de ensino a transformarem-se em sistemas educacionais inclusivos, e estão em sintonia com os princípios da Convenção, questionamos ainda como ficará a qualidade do ensino já que todo o currículo escolar certamente será adaptado para estes alunos portadores de necessidades especiais[..]
· Observe se é assegurada aos estudantes a inclusão digital e midiática. Há salas informatizadas nas escolas? Por que elas são importantes?
O decreto 3298, de 20 de Dezembro de 1999, disponível em http://www.ic.unicamp.br/melo/livro_acessibilidade_bibliotecas.pdf#page42 que dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção que [...] “compreende o conjunto de orientações normativas que objetivam assegurar o pleno exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas portadoras de deficiência”. A Portaria 3.284, de 7 de Novembro de 2003 condiciona os processos de credenciamentos de Instituições de Ensino Superior-IES e reconhecimentos de seus cursos, pelo Ministério da Educação-MEC, à existência de infraestrutura adequada, em equipamentos e serviços aos alunos com algum tipo de deficiência. Tais requisitos devem ater-se à norma 9050 da Associação Brasileira de Normas Técnicas-ABNT: “Adequação das Edificações, Equipamentos e Mobiliário Urbano à Pessoa Portadora de Deficiência” estabelecendo o seguinte:
Para alunos com deficiência física:
- Eliminação de barreiras arquitetônicas para circulação do estudante, permitindo o acesso aos espaços de uso coletivo;
- Reserva de vagas em estacionamentos nas proximidades das unidades de serviços;
- Construção de rampas com corrimãos ou colocação de elevadores, facilitando a circulação de cadeira de rodas;
- Adaptação de portas e banheiros com espaço suficiente para permitir o acesso de cadeira de rodas;
- Colocação de barras de apoio nas paredes dos banheiros; instalação de lavabos, bebedouros e telefones públicos em altura acessível aos usuários de cadeira de rodas.
Para alunos com deficiência visual:
Compromisso formal da instituição de proporcionar, caso seja solicitada, desde o acesso até a conclusão do curso, sala de apoio contendo:
- Máquina de datilografia Braille, impressora Braille acoplada a computador, sistema de síntese de voz;
- Gravador e fotocopiadora que amplie textos;
- Plano de aquisição gradual de acervo bibliográfico em fitas de áudio;
- Software de ampliação de tela;
- Equipamento para ampliação de textos para atendimento ao aluno com visão subnormal, lupas, réguas de leitura;
- Scanner acoplado a computador; plano de aquisição gradual de acervo bibliográfico dos conteúdos básicos em Braille.
Para alunos com deficiência auditiva:
Compromisso formal da instituição de proporcionar, caso seja solicitada, desde o acesso até a conclusão do curso:
- Intérpretes de língua de sinais/língua portuguesa, quando necessário, na realização de provas ou na revisão, complementando a avaliação expressada em texto escrito ou quando o texto não tenha expressado o real conhecimento do aluno;
- Flexibilidade na correção das provas escritas, valorizando o conteúdo semântico;
- Aprendizado da língua portuguesa, principalmente na modalidade escrita, para o uso de vocabulário pertinente às matérias do curso em que o estudante estiver matriculado;
- Materiais de informação aos professores para que se esclareça a especificidade lingüística dos surdos.
Porém Toda rede municipal de Morro da Fumaça conta com um único laboratório de informática que dispõe de 18 computadores, assim, o seu uso depende de agendamento antecipado pelos professores.
Todas as escolas do município dispõem de televisores, vídeo-cassete, aparelhos de DVD para uma maior diversificação no modo de ensinar.
A utilização da informática na Educação faz-se necessária à medida que a tecnologia torna-se cada vez mais presente e atuante em todos os ramos de atividade: comércio, indústria e serviços. Proporciona uma viagem interativa onde a criança e adolescente conhecem países, povos, planetas, e todo conhecimento humano a cerca de qualquer assunto disponibilizado pela Internet.
O conhecimento conduzido por meio do computador torna-se uma diversão que se soma ao aprendizado de todas as disciplinas. Como exemplo, podemos citar o site www.youtube.com, onde podem ser encontrados vários vídeos educativos sejam eles criados por especialistas ou até por pessoas interessadas em repassar o conhecimento acerca de determinado assunto. Encontramos também programas desenvolvidos para facilitar o estudo de conteúdos específicos. Exemplo de programas matemáticos: Cabri-Géomètre e MathType. Tornando-se uma ferramenta essencial para o professor.
· Em pequenos grupos, organize, no pólo, um seminário sobre a gestão democrática da escola e a participação dos diferentes segmentos. Neste seminário é importante apresentar as concepções de cada um dos segmentos.
As escolas observadas são organizadas de forma democrática, pelo menos na teoria, elas estão abertas à participação da comunidade escolar através das APP (Associação de Pais e Professores), e reuniões pedagógicas onde a comunidade é convidada a conversar com os professores na entrega dos pareceres de seus filhos. Nenhuma das escolas convida a comunidade no ato conselho de classe, que resume sua participação com professores e direção.
As escolas organizam em datas comemorativas reuniões e festas que envolvem a comunidade, como o Dia das Mães, Páscoa, etc. Assim, podemos concluir que os interessados em ajudar o ambiente escolar, recebem um merecido incentivo pela direção desses educandários.
· Organize um círculo de debate sobre a categoria da participação e as formas de organização dos estudantes, das famílias, dos educadores, na escola. Registre as sínteses num painel e poste no Blog. Apresente também no seu pólo.
A Categoria da Participação e as formas de organização dos estudantes, das famílias, dos educadores, na escola:
ESTUDANTES: Durante muito tempo as formas de participação dos estudantes nas escolas eram atribuídas apenas à participação de conhecimentos adquiridos por um período x, um horário específico restringindo desta maneira o papel do estudante como mero receptor de conteúdos, ou seja, a categoria de participação dos estudantes ficava restrita. Contudo esta participação do aluno tem-se ampliado cada vez mais através de direitos adquiridos, conquistados que fazem parte de uma política de educação que tem buscado cada vez mais respeitar os direitos de todos através da participação coletiva tem-se buscado aumentar o empenho dos estudantes nas escolas através do Conselho de Classe/ participativo (embora muitas escolas atribuam o conselho de classe somente com a participação de professores e direção) do PPP das escolas, da construção de grêmios estudantis entre outros.
FAMÍLIA: A categoria de participação da família nas escolas é marcada por problemas familiares que atingem o espaço escolar pela falta de participação da família na escola como, por exemplo: a não participação dos pais nas reuniões de classe, falta de estímulos aos filhos nos trabalhos e tarefas escolares; pela falta de visita a escola para buscar informações referentes aos objetivos previstos na proposta de aprendizagem; por não procurarem a escola para saber do progresso de seu filho; por não acompanham o sistema avaliativo como um progresso do filho e não mantém contato com a escola sobre essas avaliações para possíveis orientações mais seguras em casa. Visto que esta categoria de participação tem-se aumentado através da participação da comunidade escolar na gestão das escolas através do Conselho de Classe/ participativo e também através da participação da comunidade através do PPP, dos momentos propostos com a participação da família em festas escolares e até mesmo em apresentação de projetos realizados nas escolas através das feiras.
EDUCADORES: A categoria da participação e a forma de organização dos educadores nas escolas são de suma importância e relevância para formação dos estudantes. Implica em questões como metodologia de ensino, participação coletiva também nos outros segmentos da escola como a construção do PPP. Durante um período de tempo cada educador aplicava seu conteúdo seguindo a grade curricular visto que isso hoje está sendo modificado através dos projetos das disciplinas, isto é, envolver o maior número possível de disciplina em um projeto assim estes ficam indissociável e os alunos aprendem de uma maneira contextualizada. Outra categoria é a realização do conselho de classe onde todos os professores estão reunidos, pois é neste local que qualquer decisão e ação tomada ou implantada na escola devem ser de conhecimento de todos.
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